quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Surpresas na Embaixada


A embaixada me chamou antes do que eu esperava. Fui até lá crente que ia receber o meu passaporte, mas vieram com exigências como atestado de bons antecedentes, cartas de referência e outras impossibilidades.
Pedi para falar com o embaixador, mas o máximo que permitiram foi uma conversa com um segundo secretário de merda, que não ficou muito impressionado com as minhas ameaças de espalhar na internet que a embaixada não queria repatriar um antigo perseguido político.
O secretariozinho,  acho que para não deixar o seu rabo na reta, terminou por chamar o Cônsul.
No final, terminamos acertando os três que a única exigência que vou atender vai ser a da fotografia, porque sem isto não dá para sair passaporte, né?
O cônsul bancou o engraçadinho e me perguntou se o meu interesse de voltar para o Brasil estava ligado à pensão de perseguido político a qual eu teria direito.
Tomei um susto.
— Pensão? Que pensão? Quanto? Fiquei rico?
O melhor é que eu nem tinha ideia desta moleza!
Ele me disse que provavelmente eu teria direito a algo entre cinco a seis mil reais. Fiz a conta para leus, e deu uma fortuna.
— Claro que não! Como é que o senhor acha que eu possa estar interessado nesta questão comezinha? — E completei com uma pérola. — Sou até capaz de doar a pensão para a caridade…
O Cônsul olhou para mim com cara de vômito.
Será que ele está pensando que sou um pústula, ou um aproveitador do tipo?
— Não, nada disto! Só estou com saudades da Pátria.
Saudades, claro. Conta outra.

p.s. Só estava querendo este passaporte por questões de imunidade, mas este lance da grana é formidável.

Um comentário:

  1. Não existe pensão para um branco de classe média funcionário de empresa pública não? Dinheiro é sempre bom. auahauhauhauahuh

    ResponderExcluir