quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Minha vida com Horácio Kahn


Acho inexplicável esta minha dependência do Horácio, apesar dele se queixar de que a coisa acontece exatamente ao contrário.
No entanto, desde os tempos de UnB, e nós entramos lá em 1967, quando nos conhecemos nas reuniões do diretório, passando pela luta clandestina, até a nossa estada de quatro anos na Romênia, eu sempre precisei de levar o Horácio tal como uma mochila em minhas andanças.
Tudo bem. Não é sempre que me sinto assim. Sei que sou um símbolo para o meu amigo, e o paradigma do que ele quer ser na vida. Mas esta sensação de precisar do Horácio é recorrente.
A minha necessidade imperativa de elogios é óbvia, e considero o Horácio a minha claque particular.
Hoje, ao nos ver ainda vivendo juntos, como dois sessentões irremediavelmente solteiros, e o que é pior, heterossexuais, fico me perguntando se nós compomos os dois lados de uma única moeda.
O fato é que o Horácio é um saco, mas não consigo viver sem ele. O fato dele estar no Brasil agora é um alívio e uma ausência.
Acho que preciso dele para implicar.

p.s. O Horácio é viúvo. A sua amada Nadja faleceu prematuramente. Mas isto é uma outra estória.


2 comentários:

  1. Considero desagradável, Karl, que você coloque informações a meu respeito no seu blog. Por outro lado, nunca lhe tive como paradigma de coisa nenhuma. Você só usou sempre comigo este seu incrível poder de convencimento

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